O QUE É?
A menopausa é o nome dado à última menstruação da mulher, que marca o encerramento do período fértil. Ela é diagnosticada após 12 meses consecutivos sem menstruar, sem nenhuma outra causa aparente. A menopausa acontece, em média, por volta dos 45 a 55 anos, sendo considerada precoce quando ocorre antes dos 40.
Já o climatério é esse período de transição da vida da mulher, que começa antes da menopausa e se estende por vários anos. É é aí que surge a maioria dos sintomas físicos, emocionais e hormonais. E assim como a puberdade, essa fase exige adaptação, informação e apoio.
O QUE ACONTECE NO CORPO?
Durante essa fase, ocorre uma queda progressiva e natural de três hormônios principais:
Estrogênio que é o responsável pela lubrificação vaginal, elasticidade da pele, saúde óssea e equilíbrio emocional.
Progesterona que atua no ciclo menstrual, sono, humor e sensação de calma.
Testosterona (não é um hormônio exclusivo do homem, mulheres também a produzem, embora menor quantidade), e ela contribui para a libido, energia e força muscular
Com a diminuição desses hormônios, o corpo passa por várias adaptações fisiológicas que trazem um grande impacto para as atividades da nossa vida diária.
Principais sintomas do climatério e menopausa como os fogachos (ondas de calor) e suores noturnos, secura vaginal e dor na relação (dispareunia), alterações no sono (insônia ou sono leve), dores de cabeça, cansaço e palpitações, ganho de peso (principalmente abdominal), pele e cabelos mais ressecados, perda de massa muscular e óssea...
CALMA, NÃO É O FIM DO MUNDO!
Um dos maiores mitos — especialmente entre mulheres cristãs — é que o fim da fase fértil significa o fim da feminilidade, da beleza ou até da sexualidade. Mas isso não é verdade. Aliás, muitas mulheres relatam que, ao entender melhor seu corpo, conseguem viver com mais liberdade, sabedoria e prazer do que nunca.
O que acontece é que, sem o suporte adequado, essa fase pode trazer desconfortos físicos, emocionais e espirituais. Por isso, o cuidado com a saúde física, mental, emocional e até espiritual se torna ainda mais importante.
DICAS DE CUIDADO
A primeira atitude é ouvir o seu corpo. Nenhum sintoma é “frescura”. Você tem o direito de buscar acolhimento e soluções.
Veja algumas dicas práticas:
Busque um ginecologista de confiança, que respeite seus sintomas e possa investigar de forma ampla o que está acontecendo. Não tenha medo ou vergonha de buscar uma segunda opinião. Hoje em dia temos ginecologistas especialistas em Terapia de Reposição hormonal (TRH), indicada para casos mais intensos e que tem tido excelentes resultados quando indicada corretamente.
Alimente-se bem: a alimentação equilibrada ajuda a controlar os sintomas e previne doenças como osteoporose, hipertensão e diabetes. Isso inclui você descarcar mais e desembalar menos (aprendi isso há muitos anos atrás, se não estou enganada, foi com a querida Rita Lobo).
Mexa o corpo com regularidade: atividades físicas melhoram o humor, fortalecem os ossos e músculos, e regulam o sono. Para mulheres, o treino de pernas, em especial o agachamento para trabalhar os músculos da coxa (quadríceps) é um grande aliado para fazer o nosso estoque de músculo.
Durma bem: se o sono está comprometido, vale a pena investigar causas hormonais, emocionais ou hábitos inadequados. Evite beber muito liquido antes de dormir ou bebidas diuréticas como chás emagrecedores, café ou chocolate (pois são irritativos para a bexiga, e isso te fará levantar a noite para fazer xixi, atrapalhando o seu sono).
Cultive seus vínculos: estar perto de quem te ama e respeita faz toda a diferença. A fé e a espiritualidade também podem ser fontes profundas de consolo e direção. Estar reunida com outras mulheres vai te trazer bem-estar geral, pois o pertencimento e o compartilhamento fazem surgir em nós, boas emoções nos levando a um estado de prazer e harmonia.
Invista no autoconhecimento: esse é o momento de se reconectar com você mesma. Seu corpo está mudando, sim — mas ele continua sendo seu templo, sua casa, e merece ser amado.
CONCLUSÃO
A menopausa e o climatério não são o fim de nada. São apenas o início de uma nova estação. Como o outono que prepara a terra para florescer com mais força na primavera, essa fase é uma oportunidade de pausa, revisão e renascimento.
Se você está vivendo esse momento, saiba: você não está sozinha. Existem recursos, profissionais, tratamentos e caminhos que podem tornar essa travessia mais leve e cheia de significado. A fisioterapia pélvica é uma delas, pois atua de forma preventiva e terapêutica, com exercícios específicos que fortalecem, coordenam e relaxam essa musculatura, promovendo melhora da continência urinária, aumento da lubrificação e do prazer sexual, diminuição de dores pélvicas, prevenção de cirurgias, aumento da autoestima e da qualidade de vida.
E se você é uma mulher de fé, lembre-se: Deus te fez por inteiro — corpo, alma e espírito. Cuidar de si também é um ato de honra ao que Ele criou.
Shirley Zucher
O QUE É?
Durante toda a nossa vida, é comum sentirmos a nossa vagina bem hidratada, sem sinais de ressecamento, chegando até ser necessário o uso de protetor diário (o que não é recomendado, então, se você faz isso, pare imediatamente). Mas com a chegada da menopausa, algumas mulheres experimentem mudanças no corpo causadas pela diminuição dos níveis de estrogênio. Além da diminuição da ingesta E esse é um dos sintomas mais frequentes — e muitas vezes pouco falado — o ressecamento vaginal.
COMO SE APRESENTA?
O ressecamento vaginal pode ser experimentado principalmente durante a relação sexual, entretanto é possível que se apresente de outras formas, como coceira ou ardência vaginal, sensação de queimação ao urinar, maior propensão a infecções urinárias ou vaginais, além de redução da lubrificação natural mesmo com estímulo.
E isso pode trazer diversas consequências no seu dia a dia como:
Dificuldade nas relações sexuais, podendo gerar afastamento do parceiro e frustração.
Baixa autoestima e insegurança em relação ao corpo.
Desconforto ao se movimentar, especialmente com roupas apertadas ou durante atividades físicas.
Irritabilidade ou tristeza devido ao impacto na vida íntima e emocional.
DICAS PRÁTICAS E SOLUÇÕES
1. Uso de Lubrificantes à Base de Água Alívio imediato durante as relações sexuais (opte pelo dermatologicamente testados). Evite os com fragrância ou parabenos (podem irritar e desencadear alergias).
2. Hidratantes Vaginais de uso contínuo (2 a 3 vezes por semana) indicado pelo ginecologista.
3. Terapias Hormonais Locais (sob orientação médica).
Alguns cremes, óvulos ou anéis vaginais com estrogênio e eles agem diretamente na parede vaginal, com baixo risco sistêmico
4. Fisioterapia Pélvica, pois estimula a circulação e melhora a saúde dos tecidos da região íntima. Inclui exercícios, técnicas manuais e orientações específicas, podendo ser usado também laser ou Radiofrequência Vaginal (terapias avançadas).
5. Hidratação adequada: Ter uma boa ingesta hídrica com a quantidade adequada de água para o seu peso corporal. (35 x peso) pois isso está diretamente relacionada com a qualidade dos tecidos mais profundis da nossa vagina como a fáscia (que é uma camada fina que reveste os músculos do nosso corpo).
6. Invista nas preliminares. Há quem pule essa etapa, não levando em consideração a sua grande importância na lubrificação vaginal. O toque correto pode trazer excitação e auxiliar na produção do muco. Além de melhorar o fluxo sanguíneo e sensibilidade da região.
CONCLUSÃO
O ressecamento vaginal deve ser considerado um problema de saúde, e precisa de atenção. Pois quando não tratado corretamente, pode acarretar em diversos desconfortos, desde fissuras na região até o descontentamento sexual. Atrelando fatores físicos, emocionais e psicológicos que se estendem para o âmbito relacional e de autoestima. Não tenha vergonha de pedir ajuda.